terça-feira, 31 de março de 2009

Carta de Abril de Juan Carlos


As três perguntas
Abril – 2009

A última carta, que falava sobre o discernimento, fazia um convite a convertemo-nos em «sentinelas» do Espírito para reconhecer o mistério da presença da Deus. O discernimento dá a sensibilidade necessária para detectar a Sua presença. Esta é uma realidade complexa que ultrapassa os limites próprios de uma carta como esta.

No entanto, no que diz respeito ao discernimento vocacional, podemos chegar a alguns aspectos mais concretos. Se alguém me perguntasse em que consiste e como se faz um discernimento vocacional eu poderia dizer o seguinte: um bom discernimento realiza-se, quando num clima de respeito, liberdade e confiança, se convida aquele que procura o Senhor a responder a estas três perguntas: muito fáceis de formular, mas de resposta densa. As perguntas são as seguintes:

1. Sabes que Deus te chama? Esta pergunta abre o questionário. Procura levar a pessoa que procura a voz de Deus a tomar consciência de como Deusa chama na sua própria história. O chamamento não é algo que aconteça apenas no interior da pessoa. É um acontecimento histórico que se pode localizar no espaço e no tempo; porque Deus manifesta-se sempre através de mediações. Quem sentiu este chamamento experimentou novas emoções, reacções imprevistas, impulsos não programados… tudo isto sempre com um denominador comum: desperta na pessoa o desejo e a necessidade de maior proximidade com Jesus e as suas preferências. Assim, o discernimento ajuda a reconhecer esses sinais vocacionais que costumam ser repetitivos e vão «picando» a pessoa em direcção a uma decisão pelo seguimento de Jesus. Este tipo de chamamento não se percebe – dando voltas à cabeça, através de um raciocínio lógico – mas sim recordando a própria história pessoal e descobrindo como Deus se faz presente nela.

2. Queres responder-Lhe afirmativamente? Esta pergunta é também ela decisiva. Esconde todo o complexo mundo das motivações e da consistência. No fundo a pessoa é chamada interrogar-se a si própria pelas razões porque quer ou não responder ao apelo de Deus. Normalmente quando a pessoa percebe o chamamento de Deus soltam-se os alarmes e, assaltado pelo pânico, o afectado entrincheira-se em múltiplas desculpas, justificações, fugas… São as defesas que procuram esquivar-se ou diferir uma resposta comprometida. Neste momento começa uma grande luta entre Deus e a pessoa. Se o discernimento se faz na base da confiança e da sinceridade, a dada altura é preciso perguntar com clareza: queres fazer o que Deus te está a pedir ou não? A resposta, seja ela qual for, sempre deixa uma ferida. É preciso deixar alguma coisa.


3. És capaz de Lhe responder? A terceira pergunta é sumamente importante. Um dos sinais de que Deus chama uma pessoa para alguma coisa é que lhe dá capacidades para responder ao seu pedido. A pessoa chamada é uma espécie de «super-dotado» com dons e carismas especiais para responder ao chamamento de Deus. Por exemplo, seria absurdo que Deus chamasse uma pessoa para atender a doentes terminais, sendo esta alérgica ao sangue. Para Deus «chama é dar». Quando ele se aproxima de uma pessoa +ara lhe fazer a sua proposta de amor, oferece os seus dons. Por isso quando alguém exibe determinadas qualidades teria de perguntar-se a que é que Deus a está a chamar ao tê-lo feito assim.
Termino com um convite para os que generosamente querem iniciar o seu discernimento, procurando descobrir qual é o chamamento de Deus para eles. Rezai com estas palavras que santo Agostinho repetia com temor e valentia:
«Senhor dá-me o que me pedes… e pede-me o que quiseres!»

Juan Carlos, cmf

segunda-feira, 9 de março de 2009

Páscoa jovem


Início: 16H00 do dia 6 de Abril
Fim: 15H00 do dia 9 de Abril.

O preço da inscrição é de 32.00 euros (a pagar à chegada).

Inscrição

Até ao dia 31de Março, para:
P. Joaquim Maia
Seminário Claretiano
Av. dos Missionários
2745-136 Cacém
Ou
quimcmf@gmail.com

Material a trazer:
- Bíblia
- Caderno e esferográfica
- Material de higiene
- Saco Cama ou lençóis
- Vontade de dar o teu melhor...

Destinatários:
Crismados:
* Para todos aqueles que receberam o Sacramento da Confirmação no ano 2008 e 2009.
* Para aqueles que receberão este Sacramento durante o ano de 2009 ou no próximo ano de 2010.
Responsáveis de grupos, Animadores, Catequistas...

Os Missionários Claretianos convidam-te a participar num ENCONTRO PASCAL, durante a Semana Santa. Terás a possibilidade, juntamente com outros jovens, de entender, viver e celebrar a Vida, penetrando na densidade do mistério de Cristo.

NA TUA INSCRIÇÃO DE CONSTRAR:

Nome
Morada
emailTelefone
Telemóvel
Paróquia

Retiro Paróquia do Coração de Maria - Cacém


Aconteceu em Fátima, no fim-de-semana de 7 e 8 de Março, o retiro para os 9º e 10º volumes da Paróquia do Coração de Maria, com a participação de 51 jovens e três catequistas.
Nestes dias reflectimos sobre o compromisso de cada um no projecto que a paróquia oferece a cada um dos jovens.
Na visita à Paróquia de Fátima, rezamos ao “Jesus escondido” e recordamos o nosso Baptismo.
Tudo terminou com uma carta, escrita e assinada por cada um, dirigida ao Pároco, onde se comprometiam na vida da paróquia, oferecendo-se para os mais diversos serviços.

Encontro de acólitos em Tondela

No dia 23 de Fevereiro, uma dezena de acólitos da Paróquia de Tondela, tiveram o seu dia de encontro e reflexão, centrado no tema: “ O GRUPO”.
Num ambiente familiar, os participantes tiveram oportunidade de reflectir sobre a importância do grupo e o papel de cada um, em concreto na Associação de Acólitos.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Carta de Juan Carlos - Março 2009


O que é o discernimento?

Há muitas pessoas que nunca ouviram falar disto. Outras percebem esta realidade como complicada, difícil e, talvez por isso, desnecessária para a vida cristã. Apesar da palavra «discernimento» ser frequentemente repetida no seio da igreja, muitas vezes é usada sem a devida precisão ou, o que é pior, sem aplicação prática.


Por isso quando o Directório Vocacional Claretiano dedica todo o capítulo VI para apontar princípios e critérios de discernimento vocacional (cfr nn. 232-286), é lícito que nos perguntemos: o que é o discernimento? Que papel desempenha na pastoral vocacional?


O discernimento é aquela capacidade interior que permite perceber e reconhecer onde e como actua o Espírito Santo, presença activa e porta-voz dos chamamentos de Deus. A pessoa que se treina na arte do discernimento é capaz de reconhecer Deus nas diversas situações do quotidiano, nas grandes e pequenas decisões, nos acontecimentos, nos problemas, em tudo… e, ao mesmo tempo, também percebe as obras dos «maus espíritos»: o espírito da mentira, do medo, da amargura, da confusão, do desânimo…


Saber o que é e como se faz um discernimento é essencial na pastoral vocacional. O discernimento outorga uma sensibilidade espiritual, quase instintiva e permanente. São Paulo chamava-lhe o discernimento dos espíritos e orava para que fosse concedido aos seus, em especial aqueles que tinham maiores responsabilidades.


Há pessoas que não têm de fazer grandes escolhas (uma criança, uma pessoa com grandes condicionamentos físicos, psicológicos, familiares, sociais, profissionais, culturais…). Essas pessoas se assumem de forma cristã os seus limites, com entrega, amor e humildade, crescem, santificam-se e não caem no desespero. Por outro lado, aqueles que devem tomar decisões importantes em relação ao futuro, ou se encontram em determinadas circunstâncias que assim o exigem, têm uma grande necessidade de discernimento para compreender onde actua o espírito de Cristo e onde engana o mau espírito. Quando são capazes de o fazer podem dizer: aqui há verdade, aqui há um chamamento de Deus que devo atender, aqui há sacrifício evangélico, aqui há santidade, aqui há obediência sincera, aqui está a cruz; ou, pelo contrário, aqui há falsidade, comodidade e egoísmo, aqui há exibicionismo, aqui há vangloria, aqui há muito ego ou coisas que parecem boas mas no fundo são más.


O discernimento não acaba nunca porque na vida encontramos com frequência situações, problemas, dificuldades que não se podem resolver mecanicamente com um computador, nem às cegas ou por palpites… é necessário enfrentá-las com o Espírito de Jesus. E muitas vezes isto não é nada fácil.


Discernir é a capacidade de distinguir as coisas essenciais das acessórias, as últimas das penúltimas, as que passam e as que se mantêm, sem desprezar nada. E isto pode e deve aprender-se. A pastoral vocacional deve provocar esta aprendizagem.


Juan Carlos, cmf